Fuga da Papuda: “A culpa é da PM” ( Secretário de Justiça e Cidadania do DF)
Pela segunda vez em um mês presidiários do Complexo Penitenciário da Papuda fogem “misteriosamente”.
Segundo o secretário geral do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciária, Wesley Barreto, a fuga só foi percebida quando da chamada nominal dos presos, por volta de 03:30, uma hora depois. A PM só foi acionada as 07:00 horas. Questionado sobre como os agentes não perceberam a fuga, o secretário afirmou que hoje são cerca de 14 mil presos para somente 1200 agentes, e por plantão são cerca de 15 agentes para cuidar de 3500 presos, isso é humanamente impossível, disse.
Ao tomar conhecimento do fato o juiz da 2ª Vara Pública do DF determinou que os agentes penitenciários e de custódia que hoje cumprem expediente nas delegacias voltem imediatamente aos presídios, sob pena do GDF pagar uma multa diária de mil reais por dia para cada agente que descumprir a determinação.
Já o Secretário de Justiça e Cidadania do DF, João Carlos Souto, imputou a responsabilidade da fuga à Polícia Militar, pois, segundo ele, as guaritas externas estão desocupadas desde 2011. Isso causou um mal estar enorme dentro da corporação. Até o fechamento dessa edição, seis presos já haviam sido recapturados pelas Polícias Militar e Civil.
Comento:
É impressionante a falta de preparo e conhecimento dos atuais gestores nomeados pelo governador Rodrigo Rolemberg. A declaração desse secretário demonstra a total falta de capacidade técnica, também, para responder por uma pasta de tamanha importância na estrutura governamental.
Vários foram os fatores que propiciaram essa segunda fuga em um mês no complexo penitenciário da Papuda (na outra foram 5 presos de alta periculosidade). A começar pela falta dos agentes penitenciários que hoje desfalcam o efetivo da corporação para cumprirem expediente nas delegacias, seguido do mal funcionamento do circuito interno de TV do presídio (denunciado pelo próprio secretário do sindicato dos AGEPens) e alertado às autoridades e o mais grave, a falta de efetivo na própria Polícia Militar que mau comporta sua função institucional de policiamento ostensivo, desprezada por governos passado e recorrente no governo Rolemberg.
Talvez o que o nobre secretário não tenha se atentado é que a fuga se deu de dentro para fora (sic). É inadmissível que num pavilhão onde estavam presos de alta periculosidade, com penas elevadas e em regime fechado não se tenha disponibilizado uma vigilância constante e efetiva. Onde esse senhor está? Na Europa? Sua declaração, assim como a de poucos dias dada por um infeliz repórter âncora da Rede Globo acerca da morte de “só um policial”, foi, no mínimo, irresponsável e insensata. Talvez se sua presença física fora de seu gabinete refrigerado, vistoriando e fiscalizando os órgãos sob sua responsabilidade, tivesse sendo levada a ferro e fogo, não teria aberto sua boca para falar besteiras.
É uma pena que o governador Rolemberg se acercou de “amigos” e não de profissionais técnicos para gestarem suas secretarias. Mas é de se entender, já que a cara da administração atual nada mais é do que o retrato de seu (des)governo.
O que o Secretário deveria se atentar, principalmente por ser uma pessoa pública que ocupa um cargo importante, é que se não tiver propriedade para se pronunciar, que se cale. Não culpe a Polícia Militar pela ineficiência, incompetência e má gestão desse governo e seu secretariado, com raríssimas intenções. Ela faz a sua parte, mesmo com o descaso de governos que não se importam com a administração de nada mais nada menos que a Capital da República. Vergonha!
Fonte:Blog do Poliglota
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