Efeito de Halo e o Policial Militar Brasileiro.
Convido-os a fazer uma digressão, voltar ao tempo, na época do colégio e dos bancos universitários, qual foi o professor que teve que falou de maneira positiva da Instituição Polícia Militar?
Peguem os livros de sociologia, história, geografia e filosofia de vosso tempo e tentem encontrar uma imagem veiculando um bom exemplo praticado por um policial militar?
Recordem-se dos filmes nacionais, peças de teatro ou programas de televisão, quais impressões terão? Provavelmente de uma criatura abjeta, autoritária, violenta, fria ou de outro lado pandega, fanfarrona, tola e preguiçosa. Em 1920, Thorndike, psicólogo americano, descreveu o que designou por "efeito de halo", ou seja, criada uma primeira impressão global sobre uma pessoa, temos a tendência para captar as características que vão confirmar essa mesma impressão. A primeira impressão vai afetar as nossas avaliações em relação à pessoa observada. Como exemplo, se inicialmente avaliarmos alguém como "honesto", temos a tendência de lhe associar características positivas, tais como leal, sociável ou simpático.
O termo é utilizado geralmente na avaliação de desempenho de profissionais, mas se coaduna perfeitamente com as percepções idealizadas pelo senso comum em relação a diversos temas, maioridade penal, violência, política, PM, corrupção, por exemplo.
Esse fenômeno atinge os policiais militares frente à sociedade brasileira, nos últimos anos, me parece, existir um esforço da mídia, da politica e também de algumas universidades para deslegitimar a atuação policial militar e ridicularizar o seu papel, sem preocupação em identificar diferenças espaciais e culturais, não importa onde você esteja, ser PM é sinônimo de tosco, corrupto e autoritário e sua Instituição não serve mais para sociedade brasileira.
As produções artísticas são no sentido de apurar o sensacional, a tortura, a violência policial, e, até certo ponto, não há problema nenhum, as manifestações ideológicas devem ser livres e irrestritas em qualquer meio de divulgação, ocorre que quando se entra no campo da produção de conhecimento, esse direcionamento contamina a busca de visões ponderadas sobre o assunto, subvertendo a autoridade do discurso do conhecimento cientifico produzido, em discurso de autoridade.
Interessante reparar, que o discurso acadêmico dominante utiliza o efeito de halo para desconstruir os argumentos que lhes parecem inadequados, por exemplo, uma das teses centrais contra a redução da maioridade penal se deve ao fato que menos de 10% dos crimes violentos são praticados por menores infratores, apesar disso, essas ocorrências representarem cerca de 60 % das matérias jornalísticas sobre criminalidade urbana.
Ora, se mostram diariamente que aparentemente os responsáveis pela escalada da violência são adolescentes, a conclusão que se espera é que aceitem a redução da maioridade penal como solução, mas o conhecimento técnico-científico pautado em observações e em estudos comparados conduzidos pela esmagadora maioria dos pensadores das Universidades Brasileiras tende a provar o contrário, que a redução da maioridade penal, não se apresenta como solução cabal, em verdade, quando se trata de segurança pública, não existem soluções acabadas e perfeitas, mas medidas a serem tomadas para diminuir a criminalidade e a impunidade.
Ao passo que, se, hipoteticamente, 80% das produções artísticas, jornalísticas, acadêmicas são ocupadas pela figura do Policial Militar corrupto, violento, despreparado, semianalfabeto e por aí vai, qual perspectiva propositadamente ou não se pretende obter da figura desse profissional?
Após o período do regime militar, tudo que representasse os valores militares, como: honra coragem, comprometimento, lealdade e disciplina foram e estão sendo achincalhados, se trata de uma reação natural quando se obtém o direito de resposta proporcional aos supostos danos sofridos, não se pode esperar que um professor de sociologia que levou uma surra de policiais militares dentro da universidade durante a ditadura pudesse conduzir seus alunos a outra imagem senão a de que essa Instituição e as pessoas que a representam são repugnantes.
Há uma dificuldade imensa em se reaproximar polícia militar de sociedade, os preconceitos estão arraigados em ambos, assim como existem policiais que acreditam que os representantes de movimentos sociais, os índios, os sindicalistas são inimigos, há pessoas ligadas a esses movimentos que abominam os policiais militares, simplesmente porque exercem essa função.
E na reprodução automática do discurso óleo e água não se misturam vemos o colapso da segurança pública brasileira que não terá solução alguma mesmo com todo progresso econômico e social que se espera se não existir aproximação da sociedade com a polícia ostensiva.
Um fato axiomático de sociedades democráticas que convivem com baixos índices de criminalidade e alta percepção de sensação de segurança é a confiança da população em seus agentes policiais, obviamente que essa confiança não se constrói de uma hora para outra, feridas devem ser esquecidas e cicatrizadas, os quadros das instituições policiais devem se oxigenar , assim como os quadros das universidades também, os professores de ciências humanas dos seus filhos não podem repetir o mesmo discurso dos professores de outrora, em relação ao papel e visão dos policiais militares.
E, principalmente a consciência que não existem Instituições autoritárias ou ”malvadas” não existem Movimentos Sociais e Sindicatos inimigos da polícia e da sociedade, existem sim, pessoas autoritárias dentro de quaisquer instituições e pessoas mal intencionadas em quaisquer movimentos, salvo melhor juízo, deve existir alguma incompatibilidade em lutar pela reforma agrária e possuir latifúndios improdutivos ou defender os trabalhadores, dentro de um conselho de administração de alguma empresa pública sem nunca ter pisado em um chão de fábrica.
As recentes manifestações contra um governo de esquerda que visivelmente cometeu diversos crimes contra o Estado Democrático de Direito, quando o líder máximo da esquerda brasileira perdeu suas aparentes virtudes e ainda assim os movimentos sociais, sindicais continuaram a defendê-lo e a hostilizar a Polícia, a parcela da população insatisfeita com o governo saiu em defesa das PM’s é um sinal que os tempos mudarão.
Halk
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A solução é desmilitarizar.
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