ASSASSINO FRIO!
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VIOLÊNCIA
OTTO VALLE
MIRELLE PINHEIRO
Policiais civis da 5ª Delegacia de Polícia (área central) prenderam, na tarde desta quarta-feira (7/2), o suspeito de ter assassinado o doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos.
ASSASSINO DE PESQUISADOR DA UNB PRESO
Suspeito de assassinar Arlon Fernando é preso escondido em geladeira
Daniel Andrade, o Scooby, estava na casa do pai, no Itapoã. Doutorando da UnB foi morto em 7 de dezembro, na ciclovia do Eixo Monumental
FACEBOOK/REPRODUÇÃO
OTTO VALLE
MIRELLE PINHEIRO
Policiais civis da 5ª Delegacia de Polícia (área central) prenderam, na tarde desta quarta-feira (7/2), o suspeito de ter assassinado o doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos.
O estudante foi morto na noite de 7 de dezembro do ano passado, quando passava na ciclovia do Eixo Monumental, em frente à Câmara Legislativa. Na ocasião, o acusado supostamente roubou a bicicleta de Arlon Fernando e fugiu em direção ao Paranoá.
De acordo com o delegado-chefe da 5ª DP, Rogério Henrique Oliveira, Daniel Sousa de Andrade foi encontrado dentro da geladeira, na casa do pai, no Itapoã. Aos agentes, o suspeito, conhecido como Scooby, negou a autoria do crime. “Ele é uma pessoa fria, que demonstra cinismo e simplesmente nega, fala que não sabe absolutamente de nada”, afirmou o chefe da unidade de polícia.
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Daniel Andrade foi preso dois meses após o assassinato que comoveu o DF
Ficha corrida extensa
Scooby já era conhecido pela polícia. Há pelo menos cinco anos, ele roubava bicicletas no DF. O criminoso gostava de se gabar com amigos.“Ele dizia ter sangue no olho e que resolvia tudo na ‘mão grande’”, contou Oliveira.
A ficha corrida dele é extensa. Em 28 de outubro de 2015, Daniel Andrade atacou um servidor do Exército que andava de bicicleta próximo ao Museu do Índio. No incidente, o ladrão usou um pedaço de madeira para agredir o militar. A vítima caiu no chão, mas conseguiu atirar no criminoso. Scooby acabou preso.
Condenado a 2 anos e 9 meses de prisão no semiaberto, ficou detido por quatro meses, até ser beneficiado pela progressão para o regime aberto.
Em 20 de setembro do ano passado, voltou a agir. Esfaqueou, segundo a polícia, um servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), no Eixo Monumental. O objetivo também era levar uma bicicleta. A última ocorrência registrada antes da morte de Arlon foi em 14 de setembro de 2017: Daniel acertou o pulmão de um fisioterapeuta do mesmo tribunal, levando-o a ficar internado por três dias na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Santa Luzia.
O latrocínio é o quarto crime em que Daniel é apontado como autor. “O modus operandi é o mesmo: chega com a faca e aborda sem anunciar o assalto”, relatou o delegado-chefe da 5ª DP. Ainda de acordo com ele, Scooby se prostituía na Rodoviária do Plano Piloto.
Em ação conjunta, as polícias Civil e Militar chegaram a Scooby depois de localizar o receptador das peças da bicicleta de Arlon: Luiz Carlos dos Santos Ramos, 22 anos. Ele contou que, tão logo soube do crime, tentou devolver os componentes – rodas, sistemas de freios e manetes –, mas não conseguiu efetuar a troca (veja vídeo abaixo). Segundo os investigadores acreditam, o quadro pode ter sido derretido ou descartado em local ainda desconhecido.
“Ele falou que Daniel [Scooby] chegou a confessar o crime e disse que não daria os R$ 500 de volta”, explicou o porta-voz da PM, major Michello Bueno. Luiz Carlos foi abordado pela Polícia Militar em 15 de janeiro. “As peças foram encontradas na casa do receptador, no Itapoã, em cima de um armário”, completou o militar. A bicicleta, modelo mountain bike GT Avalanche Elite, pode custar até R$ 4 mil.
O crime
Arlon Fernando, que fazia doutorado em física, foi esfaqueado ao entrar em luta corporal com o criminoso, em pleno Eixo Monumental, entre as vias S1 e N1, na altura da Câmara Legislativa, quando voltava da universidade para casa, no Sudoeste, pela ciclovia.
Scooby é justamente o homem de quem os investigadores desconfiavam. Trata-se de um morador do condomínio Del Lago, no Paranoá. Ele já havia sido levado à delegacia para prestar esclarecimentos pelo menos duas vezes. Em todas as oportunidades, o rapaz negou participação no crime.
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