PCC usava igreja evangélica para lavar dinheiro em SP
A PF (Polícia Federal) prendeu na
manhã desta quarta-feira (21) dez
pessoas suspeitas de colaborar com o
tráfico de drogas administrado pela
facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital) na cidade de
Itaquaquecetuba (Grande São Paulo).
Até a manhã de hoje, outras duas
pessoas com mandado de prisão
expedido ainda eram procuradas pela
mesma operação.
Entre os suspeitos, estão um traficante
do PCC e seu irmão, além de um
pastor de uma igreja evangélica, um
corretor imobiliário e donos de
açougues e de concessionárias de
carros.
Eles facilitariam o comércio de drogas
no município e faziam lavagem de
dinheiro, segundo a investigação da
PF.
De acordo com Fabrízio Galli, chefe da delegacia de repressão a entorpecentes
da PF, os dois irmãos eram os principais alvos da investigação porque eram os
responsáveis pelo tráfico na cidade.
“O dinheiro do tráfico era juntado ao dízimo na igreja que foi construída só para
essa função. Donos de empresas de automóveis cediam carros para transportes
de drogas. Os açougues faziam lavagem também. E a imobiliária alugava imóveis
para a facção”, disse.
Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de apreensão em imóveis de
Itaquaquecetuba. A PF não identificou os locais exatos nem a identidade dos
suspeitos.
“Desempenhavam atividades que pareciam comum, mas que tinham como
principal objetivo ilicitudes”, resumiu Galli.
Os detidos serão indiciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico de
drogas. Alguns também serão indiciados por posse ilegal de arma de fogo. Juntos,
os crimes podem totalizar 31 anos de prisão, além de multa.
A investigação teve início a partir de uma apreensão de armas e drogas feita no
Ipiranga, zona sul da capital, em 26 de abril de 2016, efetuada por homens da PF.
Na ocasião, dois homens foram presos acusados de tráfico de drogas. Com eles,
foram apreendidos 890 quilos de cocaína, 11 fuzis, duas pistolas, grande
quantidade de munição e três bloqueadores de telefone celular. Essa apreensão
poderia ser levada à Itaquaquecetuba.
Até o fim daquele ano, foram levantadas informações junto aos homens presos. Em
janeiro de 2017, a PF iniciou uma operação para tentar desvendar para onde
aquelas drogas e armas seriam levadas.
Após um ano e um mês, a Justiça de Mogi das Cruzes decretou a prisão
temporária, de 30 dias, dos 12 suspeitos alvos da operação de hoje.
Ainda de acordo com a PF, as armas chegaram por meio da fronteira com a
Bolívia, em 2016.
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