Polícia Federal de Nível Médio: Nova carreira será criada pela corporação
O presidente Michel Temer deu sinal verde ao andamento da proposta
Por Saulo Moreira.
A Polícia Federal apresentou no início deste ano, a proposta para criação de uma nova carreira no quadro de servidores da corporação. O projeto, já apresentado para as associações e sindicatos de policiais federais, tem objetivo de reestruturar o órgão e criar uma nova carreira formada por policiais de nível educacional médio para funções consideradas de menor complexidade, como segurança de patrimônio e patrulhamento.
Para criação da carreira, a proposta deverá ser aprovada pelo Ministério de Segurança Pública, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. O presidente Michel Temer já deu sinal verde ao andamento da proposta, durante reunião realizada no mês de janeiro com o diretor-geral. Lembrando que a PF já conta com autorização para abertura de 500 vagas nas funções de agente, delegado e perito.
Sobre a carreira de Polícia de nível Médio da PF
Ao assumir esses papéis como vigilância de presos e segurança patrimonial, hoje exercidos por servidores de nível superior, a nova carreira liberaria um grande contingente de policiais para assumir um papel mais ativo em investigações sobre crimes federais. O número de policiais de nível médio ainda não está definido.
Os detalhes da proposta foram explicados às entidades pelo delegado Delano Cerqueira Bunn, que foi coordenador de recursos humanos da PF até 2015 e hoje é superintendente regional da PF no Ceará. Durante três anos ele atuou na formatação de uma proposta, ainda na gestão do ex-diretor Leandro Daiello Coimbra, mas a ideia não foi tornada lei.
Segundo Bunn, o projeto incorpora estudos comparativos com polícias federais de 13 países e reuniões com técnicos do Ministério do Planejamento e do TCU (Tribunal de Contas da União). Sobre a nova carreira, o delegado disse que a força extra “atenderia às necessidades de ordem prática que a instituição não pode deixar de ter”.
O delegado disse que a nova proposta permitirá uma maior especialização no órgão, com o lançamento de concursos públicos específicos para determinadas áreas, como tecnologia de informação, para a apuração de crimes cibernéticos, bioquímica, para crimes contra a saúde ou falsificação de medicamentos, e engenharia civil, para crimes contra o patrimônio público. Essa estratégia valeria para os policiais que ingressarão no órgão. Os que já estão na PF poderiam ser realocados para áreas de maior afinidade e competência, o que seria definido a partir da criação de um banco de perfis.
“Há mais de dez anos o número de policiais federais tem se mantido praticamente o mesmo [cerca de 11 mil], enquanto as demandas são cada vez mais frequentes. A Polícia Federal precisa crescer, mas crescer da forma correta”, disse Bunn.
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