Por que justificar a ação policial?
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Foto: Diário da Região, São José do Rio Preto.
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Li essa semana no Diário da Região, um jornal de São José do Rio Preto-SP, uma coluna da Policia Militar de São Paulo (PMESP) pedindo a colaboração da população para com as abordagens policiais. um texto muito bem elaborado pelo setor de relações públicas da PMESP. Uma coisa me intrigou: a Policia Militar é a única instituição que apesar de antiguíssima ainda tem que explicar sua atuação e pedir a colaboração dos cidadãos para agir. Por que isso até hoje?
Cito no começo do texto a coluna elaborada pela PMESP, mas esse tipo de texto sempre foi divulgado por várias corporações relacionadas à segurança pública. Como se policiais devessem pedir desculpas a todo o momento por agirem em prol da sociedade. Sempre tendo que explicar que a abordagem é realizada quando o policial suspeita de alguém ou alguma situação. Hoje não existe sistema que consiga substituir a abordagem policial. São milhares de armas e substancias entorpecentes retiradas das ruas principalmente devido às mal vistas abordagens pessoais e a veículos.
Mas se abordagens obtém resultados, por que temos que nos justificar? Porque tantas explicações se ações policiais são as mesmas há mais de 100 anos? Existe alguma outra forma de agir que obtenha bons resultados? Essas questões são o foco central dessa postagem, e para responde-las devemos levar em conta além do lado técnico, a questão cultural de nosso país.
Diferente de outras profissões, nossa ação sempre foi questionada. É culturalmente entranhado em nossos cérebros que devemos questionar a ação da polícia. Todos querem dar palpites sobre segurança pública, sobre como deve ser feito o policiamento. Sobre se devemos trabalhar de viatura ou a pé. Além da questão cultural que desde de as faculdades, onde professores pregam que polícia é o antagonista da liberdade, até nossas produções culturais que pregam dois tipos de policiais: o violento ou o corrupto.
Isso tem que acabar. Seria a mesma coisa de julgar todos os médicos por alguns que cometem erros médicos, ou julgar todos os professores por alguns maus profissionais. Isso não acontece com essas categorias, só com a polícia, principalmente com o policial militar que está nas ruas tentando limpar um pouco da bandidagem que não consegue ficar presa devido à nossas leis atrasadas e benevolentes.
Por conta de fatores como esses temos que ficar nos justificando o tempo todo, como se abordagens fossem algo equivocado. Como se revistas pessoais fossem opressão. Se não agirmos dessa forma de que maneira poderíamos retirar tantas armas de fogo das ruas. Utilizando por exemplo 2016 onde somente a PMDF retirou quase 2000 armas das ruas, são aproximadamente 166 armas por mês. Os policiais não têm visão de raio x, ele tem que abordar. Claro que com o tempo a expertise do policial aumenta, mas não tem magica, é tentativa e acerto, o policial com seu tirocínio procura abordar pessoas que tenham características e estejam em certos locais em determinados momentos.
A abordagem faz parte do nosso serviço até que outra forma de encontrar infratores da lei e seus instrumentos de trabalho (armas de fogo, facas, mixas) seja mais eficiente. Temos que parar de nos justificar e seguir em frente, e esse temos inclui policiais que estão na ponta da faca e policiais que cuidam da nossa gestão. Quando comandos forem questionados tem que afirmar com veemência que a abordagem faz parte do serviço do policial e pronto, e não dar razão ao cidadão tentando explicar isso ou aquilo. Nossas atitudes dizem muito sobre nós e tentar a todo momento se defender e se justificar passa a impressão de que estamos errados e que pedimos desculpas por nossas ações. Somos a última instância antes do colapso total para o qual caminha a insegurança pública no Brasil. CHEGA DE NOS AJOELHAR!!!
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1 comentário
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Está certinho o questionamento chega de explicarmos por que abordamos , pois se a suspeita é fundada como manda a lei então continuaremos o nosso maior serviço .
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