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Tropa canina: os segredos e a rotina dos cães da PMDF
Escrito por Alan Borges |
Os cães policiais começam a treinar no quinto dia de vida. Treinos bem curtos, mas o suficiente para averiguar as aptidões dos animais. Até o quarto mês, ele limita-se a brincar. O treinamento para valer só começa quando o cão completa seis meses. Nessa fase, ele aprende a perder o medo e a manter a calma em situações caóticas.
A Polícia Militar do Distrito Federal possui 48 cães das raças pastor belga malinois, pastor holandês, pastor alemão e labrador. Segundo o capitão Eduardo Almeida, essas raças reúnem as qualidades ideais para o serviço policial. “Eles são rápidos, ágeis, bons de faro e têm muita energia”, explica.
Os cães são empregados na imobilização de suspeitos, no reconhecimento de drogas e explosivos e na localização de desaparecidos. No Bpcães, os mais bem-sucedidos da tropa canina são o Kaleo, o Sherife, o Zulu e o Eddy.
Para aprimorar as habilidades, os animais têm uma rotina puxada. São quatro horas de treinos pela manhã e mais seis entre a tarde e a noite. A alimentação é balanceada e controlada. O cachorro precisa de um tempo para digestão antes de ser empregado em alguma atividade. Além disso, ele não pode comer na rua.
Apesar do trabalho intenso, o sargento Ricardo Rócio explica que o cão encara como brincadeira. “Ele faz pensando na recompensa”, diz. “Se não for prazeroso, o animal não vai”. Então, motivos para serem recompensados não faltam. No ano passado, os cães localizaram cerca de três toneladas de drogas, além de armas e munição.
Os policiais também passam por um treinamento específico focado na relação com o cão. O militar precisa se adaptar ao cachorro, o que é fundamental para estabelecer a simbiose necessária para o bom resultado do serviço. “É preciso entender o comportamento do animal e perceber como ele reage”, acrescenta o capitão Eduardo.
A PM dispõe de dois veterinários e três auxiliares para cuidar dos animais. Os cães fazem exames periódicos para monitorar a saúde. Mas o zelo vai além do tratamento no canil. As viaturas, por exemplo, possuem um espaço especial para acomodá-los. Além disso, os veículos são conduzidos com cuidado extremo para não machucar os animais.
Encarar um cão policial não é fácil. A mordida supera facilmente os 500 quilos de pressão. A imponência é importante para conter distúrbios civis. Mas o sargento Flávio Reis tranquiliza: “São animais dóceis”. Porém, preparados para o trabalho duro.
O sargento Flávio acrescenta que há muito afeto e proteção na relação homem-animal. “O cão é muito dedicado e a gente acaba se apegando”. A primeira parceira dele, a cadela Xena, aposentou-se. Como é praxe na unidade policial, ela foi adotada por seu fiel parceiro.
A aposentadoria chega por volta dos oito anos de serviço. Devido à rotina, nessa idade, o cão começa a demonstrar sinais de cansaço. Quando isso ocorre, o animal vai para a adoção. O primeiro da fila é o policial que trabalhava com ele. Se esse não puder, outro policial pode ficar com a guarda.
Fotos: Marcos Lopes/CCS/PMDF
Via
PMDF
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