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Mobilização contra o ministro alcançou 781,6 mil menções ao longo da semana que passou.

Fonte: Elaboração do Fonte Segura a partir de dados da API oficial do Twitter em tópicos selecionados.

Ação coordenada nas redes pede impeachment de Gilmar Mendes

Mobilização contra o ministro alcançou 781,6 mil menções ao longo da semana que passou. Chama a atenção a altíssima média de postagens por usuário (9,2), muito acima de todos os temas analisados nas edições do Fonte Segura

Quando os assuntos relacionados à segurança pública, violência e justiça se articulam com assuntos da pauta política mais ampla, as cifras de relevância destes temas nas redes sociais mudam de patamar, alcançando centenas de milhares de menções. Este é o caso da discussão sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, muito frequentemente discutida no âmbito da Operação Lava Jato, em crimes de colarinho branco e com o envolvimento de políticos, mas com efeitos importantes para a operação da segurança pública no país. Estes temas têm tido grande capacidade de mobilização nas redes, ainda que com indícios de comportamento coordenado.

Nesta semana, na esteira do julgamento do STF e de desdobramentos da operação Lava Jato, as redes se voltaram contra Gilmar Mendes, o ministro mais polêmico e com mais críticos nas redes sociais. A discussão em torno do seu papel no combate à corrupção no Brasil e a mobilização de uma campanha para que o ministro sofra um impeachment alcançaram mais de 781,6 mil menções ao longo da semana que passou. Chama a atenção a altíssima média de postagens por usuário (9,2), muito acima de todos os temas analisados nas edições do Fonte Segura. Este é um forte indicativo de comportamento coordenado contra a figura deste ministro.

Após a decisão do plenário do STF, as atenções se voltaram para o Congresso e a possibilidade que os parlamentares têm de rever a admissibilidade da prisão após condenação em segunda instância na própria Constituição, seja por meio de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) ou ainda por meio do estabelecimento de uma Assembleia Constituinte. O termo “constituinte” alcançou mais de 69 mil menções ao longo da semana, muito influenciado pelas declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na terça-feira (12), aventando esta possibilidade. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, já se manifestou contra essa alternativa.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que cabe análise sobre o enquadramento dos discursos do ex-presidente Lula, após sair da prisão em Curitiba, na Lei de Segurança Nacional. Bolsonaro afirmou que, se houver “certeza” que os discursos infringem a lei, a Justiça será acionada. O assunto alcançou 33,6 mil menções no Twitter, entre apoio à ideia e críticas que associam a ameaça de Bolsonaro a práticas dos regimes autoritários brasileiros que se utilizaram desta lei para a perseguição de adversários políticos.

Ao contrário do que se viu na mídia, a discussão sobre as polícias teve bastante relevância nas redes sociais, tendo atingido mais de 380,5 mil menções no Twitter. Deste total, 49,3 mil mencionavam a Polícia Federal, principalmente pela atuação desta instituição em operações de combate à corrupção e em desdobramentos desta discussão. Chama a atenção as 32,3 mil citações à polícia na Bolívia e 5,7 mil à polícia no Chile.

A análise dos discursos sobre a polícia na Bolívia indica que 57% das menções vinculavam a instituição policial à denúncia de golpe de Estado naquele país, enquanto 19% associavam este tópico a críticas à Evo Morales e possíveis fraudes nas eleições presidenciais bolivianas. Outros 6% traziam críticas à atuação policial em manifestações.

Por fim, apesar de ter tido espaço na imprensa, o embate entre o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre a responsabilidade sobre a violência no Rio de Janeiro e sobre o papel do governo federal, se deu nas redes sociais. O governador utilizou a morte da menina Ketellen, de 5 anos, atingida por uma “bala perdida” na terça-feira (12), para criticar o combate ao tráfico de armas e drogas realizado pelo governo federal. Já o ministro respondeu com dados sobre apreensões de cocaína pela Polícia Federal e sobre redução de indicadores criminais no Brasil, além de acusar o governador Witzel de tentar transferir indevidamente a responsabilidade dos crimes do estado para o governo federal. O ministro Moro nada disse sobre a vítima.
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