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Ibaneis veta projeto que criava Praça Marielle Franco em Brasília





Ponto escolhido para homenagem fica no Setor Comercial Sul. Governador afirmou que ‘não há relação entre nome da vereadora e o Distrito Federal’.

Por Gabriel Luiz, TV Globo

Marielle Franco, em foto de fevereiro de 2018 — Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro/AFP/Arquivo

O governador Ibaneis Rocha (MDB) vetou o projeto que cria a Praça Marielle Franco em Brasília. A medida foi publicada em uma edição extra do Diário da Câmara Legislativa desta quarta-feira (22). Segundo o governador, não há interesse público na criação da praça.

Marielle Franco foi morta junto com o motorista Anderson Gomes numa emboscada no dia 14 de março de 2018. Quase um ano depois, dois suspeitos do crime foram detidos, um policial militar e um ex-PM.

O projeto que criava a homenagem foi aprovado pelos deputados distritais em novembro do ano passado. De acordo com o texto, o ponto escolhido para representar a vereadora do PSOL – assassinada no Rio de Janeiro em 2018 – fica no Setor Comercial Sul, na área central da capital federal.

Pela justificativa do governador, “não há relação entre o nome da vereadora e o Distrito Federal”. Ainda de acordo com Ibaneis, “a tradição é homenagear pessoas que tenham servido diretamente à comunidade do DF”.

Sessão plenária na Câmara Legislativa do Distrito Federal — Foto: Carlos Gandra/CLDF
Reação

Autor do projeto, o deputado distrital Fábio Félix (PSOL) disse que vai trabalhar para derrubar o veto. Segundo o parlamentar, foram seguidos todos os trâmites da aprovação – incluindo duas audiências públicas para debater o assunto.

Como argumento, o deputado diz que há outras praças em homenagens a personalidade de fora do DF, como a Praça Zumbi dos Palmares ou a do cantor Leandro – que fazia dupla com o sertanejo Leonardo.

“O veto é simplesmente negar reconhecimento à dimensão que tomou o legado da vereadora Marielle Franco. Um triste gesto para agradar quem persegue defensores de direitos humanos e despreza as garantias democráticas.”

Intervenção em placa da Ponte Costa e Silva; sinalização foi adesivada com nome de Marielle Franco — Foto: Movimento de Mulheres Olga Benario/Divulgação
Veto

Um veto do governador pode ser derrubado pelos distritais. Para isso, é necessária aprovação de maioria absoluta da Câmara. Ou seja, 13 votos – metade de todos os 24 deputados, mais um.

Em último caso, o governo pode entrar com ação na Justiça para barrar definitivamente um projeto “ressuscitado” pelos deputados.
Homenagens

Após o assassinato de Marielle Franco, diversas homenagens à vereadora foram feitas pelo mundo. Uma delas é a inauguração de um jardim de 2,6 mil m² em Paris. Em Tel Aviv, uma rua leva o nome dela.

Manifestante segura placa com nome da rua Marielle Franco em ato na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília — Foto: Nicole Angel/ G1

Em outubro do ano passado, um grupo protestou em Brasília perguntando “quem mandou matar Marielle Franco”. Com cartazes e uma placa com o nome de Marielle, os manifestantes diziam querer respostas sobre o crime.
Relembre o caso

Após apelos de família de Marielle, investigação não será federalizada

A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio de Janeiro, por volta das 21h30 de 14 de março do ano passado. Além dela, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu.

Uma outra passageira, assessora de Marielle, foi atingida por estilhaços. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, desde o início, foi execução.

Os assassinos emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.

Fonte: G1/DF
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