União entre presidenciáveis começa a patinar
Esforço para criar alternativa eleitoral para 2022 enfrenta primeiros incidentes. João Doria é barrado em evento do 1 de Maio e Ciro Gomes lança “vôo solo”, com supermarqueteiro.
O movimento que pretende reunir políticos de diferentes correntes ideológicas para formar uma alternativa “de centro” capaz de enfrentar Bolsonaro e Lula na disputa presidencial de 2022 já vive os seus primeiros reveses, pouco mais de um mês depois do lançamento do Manifesto em Defesa da Democracia, que reuniu João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique Mandetta (DEM), João Amoedo (Novo) e Luciano Huck.
O governador de São Paulo, João Doria, acaba de ser barrado em evento de comemoração do Dia do Trabalhador, para o qual havia sido convidado e já encaminhado vídeo com seu pronunciamento. Partiu da Cut o veto à participação do tucano na comemoração, de forte cunho petista.
Doria tembém perdeu recentemente seu principal e almejado trunfo – o de encarnar o papel de candidato anti-Bolsonaro, na próxima disputa eleitoral. Com o restabelecimento das condições legais de disputa do ex-presidente Lula, o governador de São Paulo vê minguarem suas chances de assumir o espaço de principal adversário do presidente e já estaria revendo seus planos.
Já o pedetista Ciro Gomes, entusiasta do movimento centrista e único do grupo declaradamente pré-candidato, dá mostras de que não pretende esperar por um acordo que o indique representante da eventual terceira via. O ex-ministro está em plena pré-campanha e contratou o marqueteiro João Santana, que volta à cena nacional após rumorosos problemas com a Justiça.
Santana investe num apelo racional ao eleitor, tentando apresentar Ciro Gomes como o mais preparado para comandar o Brasil da pós-pandemia. Aproveitando o estilo direto do cearense, vem divulgando em redes sociais uma sequência de vídeos em que o pré-candidato apresenta suas posições sobre temas nacionais. No último deles, sobre “modelo econômico”, Ciro declara: “não estou aqui para fazer quem gosta de mim gostar ainda mais, ou para tentar convencer quem não gosta de mim a passar a gostar. Eu quero apenas que você tenha a paciência de escutar coisas que não está acostumado a ouvir”.
No Democratas, os dois principais articuladores em favor da articulação que busca conquistar a confiança de cerca de 40% dos eleitores que rejeitam os extremos supostamente representados por Bolsonaro e Lula, Rodrigo Maia e Henrique Mandetta, são ainda vistos como dissedentes da legenda. O DEM segue na função de linha auxiliar de Bolsonaro no Congresso, inclusive assumindo a defesa da gestão do presidente perante a CPI da Covid, no Senado.
Matéria do R
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