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Bolsonaro previu e começa o êxodo argentino no Rio Grande do Sul


Em 12 de agosto de 2019, por conta das eleições argentinas, Bolsonaro profetizou: “RS pode virar Roraima se a esquerda for eleita na Argentina”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro na ocasião de uma visita ao Rio Grande do Sul afirmou que o RS poderia se tornar "um novo estado de Roraima", caso a esquerda vencesse as eleições na Argentina, o que de fato aconteceu. Essas observações foram feitas pelo ex-presidente ao comentar sobre o pleito que seria realizado no país vizinho. Roraima faz fronteira com a Venezuela e sofre com o intenso fluxo de imigrantes vindos do país, que sofre com a crise econômica. "Não se esqueçam da Argentina, e o que aconteceu nas eleições. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma de Dilma Rousseff, [Nicolás] Maduro, [Hugo] Chávez e Fidel Castro, deu sinal de vida aqui. Povo gaúcho, se essa 'esquerdalha' voltar na Argentina nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul um novo estado de Roraima e não queremos isso", emendou Bolsonaro em Pelotas (RS). 

Fugindo da crise econômica, os argentinos, em julho de 2021, já buscavam reorganizar suas vidas fugindo da crise e se instalando no Brasil. Imigrantes enfrentavam travessias arriscadas para chegar ao país. E as pessoas davam dicas para quem quisesse deixar o país vizinho e encontrar refúgio em cidades brasileiras Desde 2018, a partir das eleições e da vitória da esquerda, a Argentina enfrenta uma recessão profunda, com preços nas alturas, aumento de impostos, controle rígido do capital e uma moeda fraca e desvalorizada internacionalmente. Para fugir da crise econômica e das péssimas condições de trabalho do país, famílias inteiras embarcam em jornadas arriscadas até o Brasil. Em reportagem local, conta-se que uma família composta por seis pessoas atravessou um rio em uma balsa improvisada na fronteira com a Bolívia para depois chegar ao Paraguai e só então ingressar legalmente no país. Para essas pessoas a mudança simboliza a possibilidade de um futuro melhor, quase um milagre. “É uma maravilha. Não nos sentimos estrangeiros ou invasores, que era esse um medo nosso ou, que o povo interpretasse que viemos para invadir, para roubar.” E prossegue: “Não, não. Viemos para somar”. E Bolsonaro pontuou: “Se em algum momento abrir alguma fronteira, vai ter uma explosão de imigração, as pessoas vão deixar tudo o que possuíam e virão para cá respirar liberdade”. 

Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor da Argentina subiu 3,2%, na comparação com o mês anterior. Em 12 meses, a inflação no país chegou a 50,2%. Hoje a inflação já supera os 100%. Com a reaproximação dos líderes e de vertentes políticas, estima-se que as fronteiras ficarão mais flexíveis, o que deve proporcionar essa propalada invasão. Nem assim os governantes se dão conta de que suas estratégias de governo são um fiasco.

 O que se pode presumir e tentar especular é para onde irão os brasileiros quando a argentização e ou a venezuelação atingirem graus insuportáveis por aqui. Na verdade, na América do Sul está cada vez mais difícil ter para onde correr.
Jayme Rizolli.
Jornalista.
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