Crimes no DF têm redução geral de 16% nos cincos primeiros meses do ano


Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília


Os índices criminais no Distrito Federal seguem em queda nos cinco primeiros meses do ano, segundo revela o balanço criminal da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP). No comparativo com 2023, houve uma redução geral de 16% em crimes violentos letais (CVLIs) e contra o patrimônio (CCPs), e de 13,5% considerando outros crimes. Entre as maiores quedas estão as taxas de roubo em transporte coletivo (55,8%), de roubo em comércio (39,9%) e do número de vítimas de homicídio e feminicídio (23,8%), a menor dos últimos 25 anos.

No caso do roubo em transporte coletivo, este ano foram registrados 106 casos, enquanto em 2023 o número era de 240. Só em maio, a redução foi de 37,3%, passando de 59 para 37 ocorrências. Outro crime que apresentou diminuição foi o roubo em comércio, de 273 ocorrências nos cinco meses do ano passado para 164 em 2024. Os índices encabeçam a queda geral de crimes contra o patrimônio, um total 15,9%, o que equivale a 1,5 mil roubos e furtos a menos nos cinco primeiros meses do ano.

Os crimes violentos letais intencionais ー que englobam homicídio, feminicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte ー tiveram uma redução geral também. O número mais expressivo é de vítimas, que passaram de 122 para 93, o que significa a preservação de 29 vidas. Em relação às ocorrências, o número de registros caiu 21,8%: de 119 para 93.

A diminuição dos índices criminais é resultado das ações do Governo do Distrito Federal (GDF) para combater e coibir a criminalidade e a violência na cidade. O trabalho envolve a integração das forças de segurança, das secretarias de estado e da sociedade civil, o uso da tecnologia, o videomonitoramento, o policiamento ostensivo nas ruas, a resposta mais rápida às ocorrências e o investimento em equipamentos, viaturas, estrutura física e treinamento dos policiais.

“A redução dos crimes vem ocorrendo ano após ano, o que mostra que a política está correta e busca fazer os órgãos trabalharem conjuntamente e também com envolvimento da comunidade, sobretudo, com a participação dos Consegs [conselhos comunitários de segurança], respeitando as peculiaridades de cada uma das regiões administrativas”, afirma o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. “Esse tipo de aproximação faz com que a gente consiga fazer um trabalho mais pontual e exato, otimizando a destinação dos nossos policiais àqueles locais que realmente precisam da nossa atenção”, completa.

Atualmente, a capital federal é a terceira unidade da Federação mais segura do país, segundo o Mapa da Segurança Pública. “Acho que podemos nos orgulhar de estarmos em terceiro em segurança do país, mas estamos buscando ser o primeiro sempre. Diferentemente de outros centros urbanos, Brasília é um local onde ainda você caminha pelas ruas sabendo que está seguro, que tem policiamento, que tem investigações que são feitas se eventualmente acontece um crime e que conseguimos identificar os autores. Aqui não existe impunidade. Por parte da segurança pública um trabalho muito efetivo vem sendo feito”, acrescenta Avelar.




Arte: Fábio Nascimento/Agência Brasília

Ações de combate

Um dos pilares para a redução nos índices de criminalidade é o programa DF Mais Seguro – Segurança Integral, iniciativa que articula ações entre a sociedade civil, órgãos governamentais e não governamentais para promover resultados diretos e ou indiretos na redução sustentável dos crimes e da violência, no aumento da sensação de segurança e na melhoria das condições sociais gerais da sociedade com a promoção de direitos humanos.

Além da atuação conjunta das forças de segurança, cada uma delas reforça as próprias ações para ter mais efetividade. No âmbito da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a grande diferença nos últimos anos foi a melhor distribuição do efetivo nas ruas.

“Tiramos os postos fixos dos locais para poder utilizar melhor o nosso efetivo. Compramos viaturas para a maior mobilidade dos policiais e temos feito treinamentos. Aliado a isso temos utilizado os artifícios da tecnologia, como as câmeras de monitoramento para termos um policiamento atento que consiga de forma mais rápida chegar na ponta e resolver a situação de criminalidade que esteja acontecendo”, detalha a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Habka.

Operações de policiamento, como o projeto Rede Vizinhos Protegidos de patrulhamento nas regiões, também contribuem para o resultado. “A Polícia Militar tem se aproximado muito da sociedade em si. Precisamos identificar em cada cidade qual é o problema pontual. Algumas cidades precisam de policiamento mais efetivo e tático, outras precisam de ações mais próximas dos comércios, outras em áreas residenciais. Essa proximidade com os Consegs e as outras forças contribui para o mapeamento dos problemas que acontecem na nossa cidade”, complementa a comandante-geral.

A volta do funcionamento 24 horas das delegacias de polícia é outro elemento de impacto no combate à criminalidade. A medida foi implantada em 2019. “Isso permite ao cidadão e à vítima que procurem socorro e que as investigações possam começar imediatamente. O funcionamento 24 horas é um grande ganho porque gera uma resposta rápida à polícia no que lhe cabe: a investigação”, comenta o porta-voz da Polícia Militar, delegado Lúcio Valente.

A desburocratização do inquérito policial é outro ponto levantado pelo delegado Valente para a agilidade da atuação. “Hoje, o cidadão pode registrar a ocorrência na internet de várias modalidades. Em poucos minutos já está à disposição da delegacia. Essa tecnologia permite que a gente consiga fazer as investigações de forma mais célere”, revela. A renovação tecnológica da corporação também auxilia na rapidez. Recentemente, a PCDF adquiriu um supercomputador que acelera o tempo das perícias.

À frente do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília, Maria Celeste Gliosci destaca que essa integração é o que tem feito com que a criminalidade esteja em queda no Distrito Federal. “Essa interação contínua nos faz sentir acolhidos e ter essa sensação de segurança. Os delitos vão acontecer, mas a polícia está atenta. Temos, por exemplo, a Rede Vizinho Protegidos que deixa à nossa disposição as forças de segurança para a qualquer momento atender nossas demandas, porque acabamos sendo olheiros e a segurança pública é responsabilidade de todos”, defende

Créditos: Agência Brasília 
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