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EUA busca apoio para um novo presiente no Líbano


Washington busca apoio de países árabes para resolver impasse de dois anos na presidência do Líbano e reduzir a influência do grupo terrorista Hezbollah para tentar mudar o futuro político do país.




Em meio à escalada do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah, os Estados Unidos vislumbram uma oportunidade: com o grupo libanês enfraquecido por ataques israelenses, a Casa Branca inicia um movimento para romper o impasse político que mantém o Líbano sem presidente há dois anos. Autoridades americanas e árabes, sob condição de anonimato, afirmaram ao Wall Street Journal que Washington busca agora apoio de aliados regionais, incluindo Catar, Egito e Arábia Saudita, para viabilizar a eleição de um novo líder libanês.

Esse possível novo caminho sugere uma mudança na postura dos EUA, que até então defendiam um cessar-fogo imediato. A mudança de direção ocorre após 11 meses de tensões na fronteira, intensificadas recentemente com a ofensiva de Israel. Um novo presidente libanês, além de ser comandante das Forças Armadas, poderia trazer estabilidade ao país e reorganizar o governo, ponto que autoridades destacaram como urgente.

Nos últimos dias, a ação israelense enfraqueceu muito o grupo terrorista islâmico Hezbollah, resultando na perda de figuras importantes como Hassan Nasrallah, histórico líder morto em um ataque aéreo israelense. Com a fragilidade do grupo, Washington acredita que é o momento de buscar uma saída para o estancamento político. Em coletiva de imprensa, Matt Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, destacou: “O que queremos, em última instância, é que o Líbano quebre o domínio do Hezbollah e elimine seu veto sobre a presidência.”

As discussões com o Catar, Egito e Arábia Saudita visam articular uma nova eleição presidencial. Autoridades sauditas apoiam a ideia, mas representantes do Catar e Egito alertam para riscos. Para eles, Israel dificilmente conseguirá eliminar o grupo terrorista Hezbollah por completo, o que implica a necessidade de incluir o grupo nas conversas de paz.

No entanto, o plano causa preocupação entre os libaneses, que temem uma nova onda de violência sectária. Ibrahim Mneimneh, parlamentar reformista, expressou uma visão preocupada: “Falta-nos liderança que, ao menos, nos guie a um caminho de esperança.” A crise de liderança agrava a crise econômica, com uma perda de 97% do valor da moeda local desde 2019, mergulhando milhões na pobreza e paralisando a resposta do governo ao conflito que já desalojou mais de um milhão de pessoas.

Para viabilizar a eleição presidencial, o apoio do primeiro-ministro Najib Mikati e do presidente do Parlamento, Nabih Berri, é essencial. Berri, figura chave nas negociações de cessar-fogo com o Hezbollah, é necessário para unir outras facções políticas. Ambos apoiam a eleição de um novo presidente, mas mantêm respaldo ao grupo terrorista Hezbollah dentro do Líbano.

Com a recente intensificação da guerra na região, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um apelo ao povo libanês: “Vocês têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que ele caia no abismo de uma longa guerra. Liberem seu país do Hezbollah para que ele prospere novamente.” Em um vídeo dirigido aos libaneses, Netanyahu defendeu que um Líbano sem a influência do grupo xiita poderia alcançar paz e prosperidade, evitando o sofrimento e destruição que hoje assolam a região.

A guerra na região eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista palestino Hamas liderou um grande ataque contra o território de Israel, que matou 1.200 pessoas, em sua maioria civis: idósos, mulheres, crianças e bebês.

Desde 8 de outubro do mesmo ano, para apioar os ataques terroristas do Hamas e tirara o foco de Israel da Faixa de Gaza, forças lideradas pelo Hezbollah atacam quase que diariamente comunidades israelenses e postos militares ao longo da fronteira norte de Israel, afirmando fazê-lo em apoio aos terroristas da Faixa de Gaza em meio à guerra na região.
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